Como falar no Rádio, Como se faz?
1. Preparando-se para falar
Falar bem é uma arte que exige domínio das regras do mecanismo vocal: técnica
de respiração, técnica de fonação, pronúncia, articulação, dicção, preparação e perfeita
impostação - que é o contrário de rigidez e enfeitamento.
Pontos essenciais para falar bem:
a) Entusiasmo: falar com o coração. Sentir e acreditar no que está dizendo.
b) Clareza: falar devagar, pronunciando e articulando de modo inteligente. Não
comer os finais das frases e nem das palavras. Para isso, abra bem a boca e faça muitos
exercícios de leitura.
c) Ênfase: dar a força de expressão necessária para a palavra ou a frase. A
ênfase é a chave para levar ao significado do que está escrito. Sem a ênfase a palavra
fica apagada, sem graça.
d) Modulação e Entonação: é a variedade na inflexão do tom da voz. É preciso
saber entonar as frases interrogativas, imperativas e exclamativas.
e) Naturalidade: primeiro: não ler, mas comentar, contar, bater um papo.
Segundo: a voz deve sair livre, sem esforço.
f) Pausa: essencial para uma boa locução, mas também precisa ser dosada. Falar
sem
pausas é algo mecânico, é simplesmente soltar as palavras sem tom nem som, é
pronunciar palavras sem sentido.
g) Serenidade: não se deve correr, cada fala tem seu próprio ritmo. Se seu
programa foi preparado conscientemente, no momento de ser levado ao ar o locutor
estará relativamente sereno. Do contrário, a preocupação em fazer bem vai arrasar seus
nervos e a fala vai refletir este estado de alma.
h) Ritmo: regulado, sem atropelar e sem ficar monótono. O próprio texto vai
indicando onde se deve mudar o ritmo. As coisas tristes, normalmente, são ditas
devagar. Já as descrições são feitas um pouco mais rápido. Quando se dão ordens, um
pouco mais rápido e enérgico.
2 – Locutor bem informado:
Além da boa dicção e da voz “trabalhada”, o locutor deve ter a preocupação de
estar bem informado sobre o que acontece na comunidade, no estado, no país, no mundo
e, evidentemente, sobre o que vai apresentar no programa. O locutor deve ter o costume
de ler livros, jornais, revistas, etc.
Antes de pegar o microfone, o locutor deve ver o que vai ler, esclarecendo
dúvidas sobre pronúncia de nomes de pessoas e lugares, e conhecer bem o assunto que
vai falar.
É bom estar afinado com o operador, pois se ocorrer algum imprevisto ele saberá
como agir. Por exemplo: acontece do locutor engasgar ou precisar tossir e com um
simples aceno para o operador ele pode ter um tempinho de uma vinheta, uma subida do
BG ou um comercial para se recompor.
Ao falar no rádio é importante saber também qual é a distância que devemos
manter do microfone. Isso vai depender muito do tipo de equipamento, da sua potência
e do timbre de voz do locutor. Mas, em geral, aconselha-se uma distância de 20
centímetros, um palmo, entre o microfone e a boca de quem está falando.
Como já vimos, a linguagem do rádio é basicamente oral. Cabe ao comunicador
envolver o ouvinte com a sua fala, e falar de uma maneira que crie imagens na cabeça
das pessoas, para que elas “vejam” aquilo que está sendo contado. Sem isso, a relação
do rádio com as pessoas torna-se fria e não há comunicação.
O locutor deve estar atento também à postura que adota no rádio. Sua atitude não
deve ser moralista, autoritária, professoral ou arrogante. O que deve buscar sempre é a
intimidade, a amizade, o respeito e a seriedade com o ouvinte. É mais uma atitude de
igualdade e compreensão.